domingo, 4 de dezembro de 2011

“Educação precisa de um Plano Marshall”

O senador cristovam Buarque (PDT-DF) encontrou uma forma de tirar do papel o plano de um fundo global para investimento na educação, capaz de reduzir a iniquidade de recursos de países ricos e pobres: criar um ‘Plano Marshall’ para a educação.

Utilizar o nome da estratégia adotada pelos Estados Unidos como parte de um plano de recuperação dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial fez muita gente que participava do World Innovation Summit for Education (Wise), que terminou ontem em Doha, no Qatar, torcer o nariz.

Mas a iniciativa transformou Buarque em uma das estrelas do evento.
“Certamente não é o nome ideal, poderíamos chama-lo de Plano Doha”, disse o senador, explicando que a estratégia é criar um fundo mundial para distribuição de recursos para educação.

Buarque, inclusive, já sabe de onde virão os recursos. “O plano é criar um imposto internacional para educação, o ITforE (Internacional Tax for Education). E os recursos viriam da taxação de transações internacionais”, afirmou. “Esse fundo poderia ser administrado pelo Banco Mundial ou pela Unesco.” A gestora também seria responsável por criar processos para a distribuição de recursos.

Buarque diz que com US$ 300 investidos por ano em cada criança, é possível sanar problemas de iniquidade da educação.

Muitas vezes polêmico, Buarque mostrou que estava em linha com as demandas internacionais.

A discussão sobre a criação do fundo, por exemplo, já se arrasta há anos dentro da comunidade de educação. E foi defendida pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. “Precisamos criar um fundo global para a educação, nos mesmos modos que temos um fundo mundial para a saúde, que tem alcançado grandes avanços na prevenção da Aids, no combate a pólio e a malária, por exemplo”, disse Brown, ressaltando que os esforços têm de ser feitos até 2015, quando serão contabilizados os resultados das Metas do Milênio. “Temos que permitir pessoas do setor público e privado, filantropos, ONGs e empresas privadas a participarem, de olho em 2015.”

Enquanto este fundo não sai do papel, uma iniciativa do Instituto Internacional de Educação (IIE) conseguiu a criação de um fundo de emergência para estudantes internacionais em áreas que passaram por desastres naturais ou outros conflitos que impeçam a continuidade dos estudos. Trata-se de um fundo global de US$ 5 milhões.

A ideia é que estudantes que percam o suporte familiar por conta desses problemas ou estejam estudando em áreas que tenham tido terremoto, como o Haiti e Japão, possam receber os recursos para continuar os estudos.

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